28
Out15
Li e gostei #1
Madalena
Cheira tudo a flores, o fim das coisas cheira a flores, não é a esgoto e a podre. Zé, Zé, Zé, gritava a mãe, e a morte a lamber-nos as costas, sem parar, com a ponta da língua muito fina a passar pelos corpos dos vivos, como quem toma um aperitivo.
E, enquanto o padre mandava o pó voltar ao pó, eu abençoava Deus com blasfémias.
Flores
Afonso Cruz