Corri 5km em 31 minutos e 30 segundos (Cascais 5km). Inscrevi-me em três corridas, duas em Março (10km, Corrida Salesianos 2016, e 7 km, Vitalis 7k Jamor-Lisboa) e uma em Abril (10 km, 11ª Corrida Benfica António Leitão). Em Março vou inscrever-me na Meia Maratona (2 de Outubro). Comprei uns Ultra Boost amarelos. Já li cinco livros, mas tem sido difícil conciliar a leitura com os treinos e a vida em geral. Tenho ouvido muitas vezes os álbuns Adore Life (Savages) e Purple (Baroness). Quase todos os dias tenho muitas saudades do concerto de Ghost no Paradise Garage. Tenho vontade de comprar um livro, mas ainda não decidi qual. Crónicas do Mal de Amor (Elena Ferrante) ou O Demónio da Depressão (Andrew Solomon). Comecei a ler História da Menina Perdida e todos os dias tenho vontade de parar e ler todos desde o início, tudo seguido. Não quero que esta tetralogia acabe. Estou a ler muito devagar. Para o poupar e porque não me consigo concentrar a sério e ler muito depressa. A meta para este ano são 52 livros. Já estou a ficar atrasada, mas sem stress. Ando um bocado farta das minhas comidas. Gostava de voltar ao Dom Quixote, mas não estou a ver quando irá acontecer tal coisa. Tenho saudades de escrever nos meus blogues e de ler mais posts de outros blogues e de ter ideias para novos conteúdos. Ando em falta para com a minha agenda.
Compreendo as falhas que lhe apontam e, confesso, entristece-me não ter reparado nisso, mas depois apercebo-me de que é capaz de ser exactamente isso que me faz gostar de Ferrante. Nomeadamente, o abuso de conectores de contraste, "Não menti, e todavia não era a verdade.", “Estou morta, mas estou bem.”, “Não, mete-me nojo, mas sinto prazer em tê-lo aqui dentro.” (refere-se à sua gravidez).
Gostei particularmente do que Lobo Antunes referiu, apesar de nada ser favorável a Ferrante:
— (...) Parece-me que é um fenómeno que vai passar, como outros passaram. Estamos muito em cima das coisas, é difícil. É evidente que eu vejo as coisas de uma forma distorcida, provavelmente. Há uma crise ao nível dos leitores, há uma crise ao nível das pessoas que é terrível. As pessoas estão a ter uma vida miserável. Até que ponto, isto não é uma forma de... — Diga, António. — Ser mulher é muito difícil. Tem que aturar os filhos, tem que aturar o marido, e o homem é que manda e não quer saber. Fiz muito trabalho de sexologia. Nenhum homem sabe o que uma mulher sente. Um leão ejacula e afasta-se, o homem também. A mulher quer ficar. O homem quer sair, com desculpas várias, ir fazer xixi, é o que faz. Não satisfaz mulher nenhuma. Portanto, de vez em quando aparece uma mulher a escrever assim. Quem é que entende a ligação de uma mulher aos seus filhos? Nós homens somos muito egoístas e só concebemos as relações em termos de poder. O homem é um falo ausente, que no fundo quer é ter paz e sossego. É um azar nascer-se mulher, a ganhar menos, a trabalhar mais. — Mas está a dizer que uma escritora como esta sabe entender as mulheres? — Sei lá se entende. Ó Rui, nunca acredite num escritor. O escritor é um mentiroso. Sou a pessoa menos indicada para falar de livros. Há os que falam e os que fazem. Parece-me claro que, como diz ali o Jeff (Gordon Love), a Elena Ferrante é um fenómeno passageiro.
É inquestionável que este artigo mexeu muito comigo (despertou alguns receios e dúvidas), mas não foi suficiente para fazer ruir a estrutura que fui construindo com a leitura de Elena Ferrante. Resta saber como vão correr as leituras em falta, depois de ter absorvido tanta coisa.
Oh!, e como eu também abuso tanto dos conectores de contraste. Soubessem vocês as frases que tive de cortar ao escrever este texto.
Ainda não comprei livros. Tenho andado tão certinha com as minhas leituras (só livros da estante), que nem me tem apetecido comprar mais. Acho que a única que me desencaminharia seria Ferrante.
Os planos literários para 2016 já estão quase, quase definidos. Meta literária: 52 livros. Projecto Ler Saramago (2 livros). Projecto Leia Mulheres (10 livros, pelo menos). Sugestões Literárias para 2016 (5 livros). Ler a Trilogia do Cairo, de Naguib Mahfouz. Projecto Harold Bloom (3 livros, pelo menos).
Também já fiz uma lista com alguns livros que quero ler em 2016 e que não se enquadram em nenhum dos desafios que referi acima, só na meta literária (1 ano, 52 semanas, 1 livro por semana).
As pessoas são bem intencionadas. É nisso que ele acredita. Então, como é que casou comigo? Eu odeio facilmente e amiúde. Odeio, por exemplo, as pessoas que se sentam de pernas abertas. As pessoas que dizem dar 110%. As pessoas que dizem viver numa situação «confortável», quando o que querem dizer é que são podres de ricas. A senhora é tão áspera, diz-me a psicóloga, e eu volto para casa a chorar, pensando nisso.
Uma casa serve para manter lá dentro algumas pessoas, e fora todas as demais. Uma casa é um perímetro. Mas às vezes o nosso perímetro é transposto por vizinhos. Por escoteiras, por Testemunhas de Jeová. Nunca gostei de ouvir a campainha a tocar. Nenhuma das pessoas de quem eu gostava alguma vez apareceu assim.
E o ano ainda não acabou. A meta definida no início de 2015 foi de 25 livros. Quando li os 25, passou para 40, depois para 50, e agora estou a pensar em 55 (acho que já não consigo chegar aos 60). Tão bom.